quarta-feira, outubro 11, 2006

Mais baboseira

Segundo matéria publicada na Folha, Garotinho diz que Lula praticou vodu.

Onde vamos parar com esta baboseira toda? Onde estão os programas de governo que deveriam estar em foco?

EXTRA EXTRA ESTRANHO ANIMAL ENCONTRADO EM PINDAMONHAGABA

EXTRA EXTRA ESTRANHO ANIMAL ENCONTRADO EM PINDAMONHAGABA

Algo para ver e refletir

O vídeo apresenta uma entrevista, à uma rede de TV australiana, com Geraldo Alckimin, candidato a presidência. O candidato irrita-se ao ser questionado sobre os ataques do PCC em São Paulo, um mês depois de ter deixado o governo. Geraldo Alckimin, que esteve no governo de São Paulo por 12 anos (6 como vice-governador e 6 como governador), recusou-se a responder às indagações ou assumir qualquer responsabilidade.



Aqui uma validação de que o vídeo é verdadeiro.

O tiro saiu pela culatra

O tão aclamando (pelos tucanos) debate de domingo, na TV Bandeirantes, não saiu conforme o esperado. O chuchu apimentou, como muitos aliados queriam, mas desagradou seus principais eleitores (eleitores mais escolarizados e com maior renda) e não conquistou eleitores de Lula.

Pesquisa Datafolha mostra que as intenções de votos em Lula, que estavam em 50%, formam para 51% e as intenções de voto em Alckimin, que estavam em 43%, foram para 40%.

Apoio não se recusa


Charge do Angeli.

segunda-feira, outubro 09, 2006

GP do Japão

Bom ... desta vez não deu. Numa corrida que parecia tão tranqüila o motor de Schumacher quebra e Massa só consegue um segundo lugar, mesmo tendo largado na frente.

Independentemente do que ocorra no Brasil, Ferrari e Schumacher mostraram, este ano, porque são grandes vencedores.

Um grande exemplo de político

Estava lendo a Folha hoje e deparei-me com esta reportagem sobre o Sr. Clodovil, o terceiro candidato a deputado federal mais bem votado em São Paulo.

Mostra bem a que veio e que tipo de pessoa que é.

quarta-feira, outubro 04, 2006

Por que Clodovil?

Aqui uma possível explicação.

Faltam 2 GPs e agora Schumacher já é número 1

Domingo foi realizado o GP da China. Mais uma vez deu Schumacher e mais uma vez Alonso fica chorando e reclamando. Finalmente, a apenas 2 provas do final, o alemão alcançou o espanho em número de pontos e, por possuir uma vitória a mais, agora é o primeiro no campeonato de pilotos. Este está sendo um final de temporada bem legal. Finalmente temos uma disputa real pelos títulos. Desta vez o título deve ser decidido na última corrida (Brasil).

Segue um gráfico comparando o desempenho dos pilotos durante a temporada. Podemos ver que Alonso estava fazendo um grande campeonato até o 9º GP (Canadá). Já Schumacher, encontrou problemas no início, mas depois vem mantendo um grande desempenho.




Agora só faltam 2, são eles Japão (08/10) e Brasil (22/10).

Política brasileira

Domingo tivemos as eleições 2006, em seu primeiro turno, no Brasil. A eleição para presidente foi arrastada para um (antes) improvável segundo turno. Nas campanhas para os governos, também tivemos algumas surpresas, como no caso da Bahia e de Alagoas. Na Bahia, o candidato do PT derrotou o candidato do PFL, mais precisamente do grupo de ACM, que pelas pesquisas venceria em primeiro turno. Em Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB) derrotou João Lyra (PTB), que venceria facilmente em primeiro turno segundo pesquisas.

No caso de Alagoas não fico tão satisfeito, mas melhor Teotônio Vilela que João Lyra. O que mais me desagradou foi a vitória de Collor.

No caso da campanha presidencial o principal fator para levá-la para o segundo turno foi o escândalo , nas vésperas das eleições, do Dossiê, onde uma pessoa muito próxima a Lula no governo (Freud Godoy) foi associado ao fato. Acontece que agora a Polícia Federal anuncia que não há nada de concreto que o incrimine, segundo matéria publicada pela Folha.

Mais uma vez fica a mensagem de que, no Brasil, as pessoas viram criminosos antes mesmo de qualquer prova ser apresentada. Volto a falar da incoerência na cassação de Dirceu e Jeferson. O primeiro caiu pela acusação do segundo e o segundo por denunciar sem provas.

Quanto a eleições para deputados estaduais e federais gostaria de entender uma coisa. O que leva alguém a votar em Clodovil, Frank Aguiar ou Enéias? Quais as propostas destes candidatos? O que esperam deles? Será que os elegem por uma falta de opção? Será que se trata de um voto de protesto?

Para o segundo turno espero que o PT consiga chegar aos culpados, faça com que sejam devidamente punidos e que criem mecanismos para evitar que tais fatos voltem a ocorrer.

Por que vou votar em Lula

(artigo publicado no jornal O Estado de S.Paulo em 01/10/06)

Quando se julga um governante com a perspectiva de reelegê-lo, o critério a ser adotado para a decisão do voto deve ser racional. Trata-se de fazer um balanço dos resultados. Ao analisar os principais indicadores governamentais, como políticas sociais, geração de emprego, combate à pobreza, elevação dos salários e da renda, combate ao crime organizado, desempenho da economia, das exportações, controle da inflação, preços dos alimentos, acesso ao crédito, contas públicas, entre outros, não resta dúvida de que o governo Lula produziu resultados melhores do que os do governo Fernando Henrique, do PSDB.

O sentido ético da ação de um governo deve se traduzir em resultados. Tais resultados devem indicar um incremento positivo da liberdade, da justiça e da eqüidade. Na medida em que sob o atual governo, milhões de pessoas saíram da linha da pobreza ou tiveram suas condições de vida melhoradas e mais acesso a bens como educação e cultura, a perspectiva da continuidade e aprofundamento deste processo me motiva a votar em Lula.

Mas voto também com a expectativa de que Lula saiba encontrar um caminho para promover, de forma adequada, a manutenção da estabilidade econômica com o desenvolvimento econômico e social, sinalizando um projeto estratégico para o Brasil.

Outra expectativa é a de que ele promova um pacto de governabilidade com os governadores que serão eleitos pela oposição, colocando o interesse público acima das querelas partidárias. Espero que ele apóie a realização de uma profunda reforma política, com um sentido moralizador e modernizador das instituições, capaz de afirmar os partidos e os programas e de imprimir mais eficácia na coordenação política e nas decisões governamentais.

Os integrantes do novo governo devem saber distinguir claramente o público do privado, o público do partidário. Espero que Lula afaste do governo auxiliares interesseiros, e que convoque, para auxiliá-lo e assessorá-lo, pessoas responsáveis, capazes, despojadas e dotadas de espírito republicano.

Alimento a esperança de que o segundo mandato tenha um sentido reformador, e que eleve o País para um patamar mais justo e desenvolvido. Tenho a convicção de que quando se escolhe um governante deve se escolher alguém que tenha a perspectiva de ser um líder político, um chefe de Estado e não um mero gerente. Penso que a média das minhas expectativas é igual à média das expectativas de todos os eleitores de Lula. Se for reeleito, Lula tem uma obrigação e dever para com o programa de seus eleitores e para com as demandas de dignidade de todos os brasileiros.

Aldo Fornazieri é professor de Política da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo - Fespsp.

Democracia é maior que qualquer um de nós

(artigo publicado na Folha de S.Paulo em 01/10/06)

Eleição não é luta do bem com o mal. É comparação. Voto em Lula porque, a meu ver, seu governo melhorou o Brasil. Ele recebeu o país com uma agenda ditada pela direita, que reduzia quase tudo à política econômica, ou pior, à monetária e à fiscal; um país que, no fim de 2001, não cumpria mais o Orçamento, sem dinheiro nem para pagar passagens de ministros, com o dólar a R$ 4 e um risco-Brasil enorme. Ora, o governo de centro-esquerda foi capaz de acalmar a economia, de baixar o risco, de aumentar as exportações, enfim, de cumprir uma agenda econômica que não era sua prioridade, nem a dos movimentos populares, e isso sem privatizar nada, sem desfazer o patrimônio público.

Mais, ainda: Lula colocou na política brasileira, de modo definitivo, uma agenda social importante. E com êxito. Segundo Maria Inês Nassif ("Valor Econômico", 24/8), o maior rigor em programas como o Bolsa-Família e os do Ministério das Cidades "desintermediou o voto da população pobre, que antes passava pelo chefe local". Se isso é certo, não há paternalismo na atual política de promoção social. Não adianta ficar inventando que Lula se proclamou "pai dos pobres". Alguns jornalistas dizem isso, mas nunca informam quando o presidente teria usado uma linguagem tão contrária a suas crenças para se referir a si próprio. Tudo indica que há menos paternalismo agora do que antes.

É engraçado: quando se banhava de dinheiro o grande capital (empréstimos do BNDES a juros baixos para privatizar estatais), a opinião dominante chamava isso de progresso, mas, quando se dá dinheiro aos mais pobres, para comerem e se vestirem melhor, a mesma opinião dominante entende que dinheiro nas mãos de pobres não presta.

Discordo disso.
Quero uma sociedade democrática. Isso significa, em primeiro lugar, o fim da miséria, a redução da desigualdade social.
No horizonte político brasileiro, não vejo força melhor que a coligação de esquerda para promover esse salto qualitativo. Ela tem sido capaz de melhorar as condições sociais com uma temperatura baixa de conflitos, ao contrário do que diziam seus detratores.
O país não pegou fogo. O saldo do governo é positivo: a questão social está sendo bem orientada.

Agora vamos à questão ética.
No governo atual o procurador-geral não engaveta processos, a Polícia Federal age, CPIs funcionam. Já seu principal adversário impediu 60 CPIs de funcionar na Assembléia paulista, deixou uma política de segurança prepotente e ineficaz (porque acabamos sob o domínio do PCC) e uma política de educação que não é das melhores. Eleição é comparação. Não vejo no governo Alckmin superioridade ética sobre o governo Lula.

Contudo, há satisfações que o PT deve à sociedade. Os escândalos mostram que ele é um partido mais "normal" do que imaginava ser. Humildade não faz mal. O PT tem seus defeitos. Deve contas ao Brasil. Tem de fazer uma faxina interna e punir quem errou. Mas, ainda assim, consegue governar melhor que os outros. Aliás, seria bom o país todo fazer um exame de consciência. Com o financiamento privado de eleições, a porta se escancara para a negociata. Deveríamos priorizar em 2007 a reforma política, com fidelidade partidária, condições mais equilibradas de financiamento às candidaturas e talvez até o voto distrital.

Uma eleição não é uma guerra. Amanhã e sempre, teremos de conviver, quem votou em Lula ou nos outros candidatos.
Precisa cessar o terror discursivo, a ameaça ao voto universal. Este é o segundo ponto em que desejo uma sociedade democrática. Democracia significa respeitar o discurso do outro. Nas eleições, as pessoas se exaltam, mas é desonesto deformar o que o outro disse.
Muito do que hoje se conta sobre o PT ou sobre quem o apóia, como eu, é uma enorme caricatura. Isso amesquinha a política, que deve ser arena de adversários, não de inimigos.

Esse clima envenenado não ajuda o de que mais precisamos, não nós da esquerda, mas nós brasileiros: construir alianças, trabalho em conjunto, convergências. A sociedade é maior que a política. O Brasil é maior que os partidos. A pequena ambição não pode erodir nossas oportunidades.

Podemos enfrentar a miséria, melhorar a educação e a saúde, integrar os excluídos. Penso que Lula é o mais adequado, hoje, para dirigir o governo neste rumo mas penso também que este tem de ser um projeto de sociedade, e não apenas de governo. Não estamos, hoje, terceirizando a solução de nossos problemas. Estamos elegendo o mais apto a dirigir um esforço que deve ser maior do que ele e do que qualquer um de nós.

RENATO JANINE RIBEIRO , professor de ética e filosofia política na USP, é diretor de avaliação da Capes e autor de, entre outras obras, "A Sociedade Contra o Social - O Alto Custo da Vida Pública no Brasil" (Companhia das Letras)