GP da Hungria (11/17)

Antes de falar do GP em si, desta vez, não dá para deixar de falar do treino e das decisões fora da pista. Primeiro a atitude de Alonso (no treino classificatório), que mesmo recebendo autorização para sair do boxe, continuou parado até que Hamilton não tivesse mais como dar uma última volta lançada. Até então Hamilton vinha superando Alonso no treino em questão. Alonso voltou e fez uma última volta, que superou a melhor de Hamilton. Depois a decisão da FIA que tirou a pole de Alonso e o mandou para a 6ª posição e determinou que a McLaren não receberia os pontos que conquistasse na corrida.

Concordo em punir Alonso sim, apesar de diversos comentários falando que foi injusto. Defendem que se trata de um problema interno na equipe. Acredito que a partir do momento que fica claro que um piloto prejudica outro, sendo da mesma equipe ou não, deverá haver punição. Se Hamilton deveria ou não permitir Alonso ultrapassar na pista durante o treino, aí sim qualifico como um problema interno da equipe. Para quem está de fora não há como julgar isso. Achei que o único ponto em que erraram na punição de Alonso foi no tamanho. Não entendi o por que de perder 5 posições. Algo mais razoável seria o 10º lugar. Último na última etapa da classificação.

Quanto à punição para a McLaren, esta eu não concordei. Acredito que esta decisão foi mais uma desculpa para dizer que o caso de espionagem não foi em vão.

Hamilton, apesar de tudo o que aconteceu, fez um boa corrida, venceu e aumentou de 2 para 7 pontos a diferença para Alonso, que é 2º no mundial de pilotos. Hamilton por sinal voltou a crescer depois de duas corridas apagadas (Inglaterra e Alemanha) e o que parecia um título perdido volta a se torna bem palpável. Acredito ser o mais forte concorrente para o título. No momento Hamilton tem 80 pontos contra 73 de Alonso.

Raikkonen foi o segundo e, como Massa não pontuou, volta a superar o brasileiro (60 a 59). Não acredito que Raikkonen e Massa ainda tenham alguma chance de conquistar o título deste ano. Massa pelos inúmeros erros dele e da equipe. Raikkonen pelas quebras e falta de vontade de lutar pela vitória. Um bom exemplo foi exatamente esta corrida da Hungria. Raikkonen ficou o tempo todo logo atrás de Hamilton, mas em nenhum momento viu-se um ataque real a Hamilton.

O terceiro foi Heidfeld, que depois de fazer muita lambança na Alemanha, fez uma boa corrida. Algo que, a exceção da Alemanha, está sendo uma constante neste mundial. Segundo pódio dele e da equipe na temporada.

Alonso, que largou em 6º, terminou em 4º depois de uma corrida muito fraca. Foi um péssimo final de semana para ele. Fez uma corrida muito ruim, viu a distância para Hamilton crescer de 2 para 7 no mundial e teve seu prestígio bastante abalado. Alonso já tinha, em diversas oportunidades, demonstrado ser um cara cheio de frescura fora da pista, mas na pista era tido como grande piloto. Neste final de semana tomou uma atitude nada dígna de um campeão.

Os outros que pontuaram foram Kubica, Ralf, Rosberg e Kovalainen, nesta ordem. A observação que quero fazer aqui é para Kovalainen, que depois de um ínicio de temporada desastroso vem conseguindo bater constantemente seu companheiro de equipe (Fisichella). A diferença agora é de apenas 1 ponto (17 a 16).

Para a Ferrari neste ano acho que há possibilidade ainda de luta pelo mundial de construtores. Está difícil, mas nada impossível. A McLaren conta com uma boa vantagem (19 pontos) e conta também com a baixa confiabilidade do carro da Ferrari, assim como com os constantes erros da equipe e dos pilotos.

Abaixo temos gráficos com a evolução dos mundiais de pilotos e construtores. No de construtores observem que parece que há três mundiais em disputa. McLaren e Ferrari em um deles, BMW corre sozinha em outro e o restante briga no 3º. No de pilotos o engraçado é que até a 8ª posição temos apenas 4 equipes e sempre os pilotos de uma mesma equipe estão juntos (Hamilton e Alonso da McLaren, Raikkonen e Massa da Ferrari, Heidfeld e Kubica da BMW e Fisichella e Kovalainen da Renault). Isso serve como uma constatação de que hoje em dia na F1 o que vale mesmo é o carro/equipe, o piloto não conta tanto.





Só para concluir, o que aconteceu no final de semana mostra a perda de controle dos dirigentes da McLaren para com seus comandados. Iste é o tipo de coisa que nunca deveria chegar a se tornar tão claro para o público. Não acredito em uma saída de Alonso ainda este ano da McLaren, mas para o ano que vem é algo bem provável. Ele não conseguiria manter o controle ano que vem com um cenário onde Hamilton tenha sido campeão do mundial 2007.