Esta semana tivemos inćio ao 3º PCC Fest, o evento brasileiro mais divulgado no Brasil e no Mundo. Esta edição, assim como as anteriores, conta com muito barulho, shows pirotécnicos e zoação em geral. Como diria Ivete Sangalo:
E vai rolar a festa, vai rolar, ...
O povo do gueto mandou avisar.
Desculpem o tom de brincadeira, mas a gente tem que se divertir um pouco diante dos absurdos que vemos todos os dias. Estávamos acostumados a criticar o Rio de Janeiro com todo o caos provocado pelas gangues que disputam por espaços e mercado em sua capital. O Rio de Janeiro não tem jeito e bla bla bla. São Paulo com todo seu caos tinha um certo controle sobre os criminosos.
De repente, este ano, o estado (São Paulo) foi tomodo pelo caos. Criminosos praticam atentados contra forças policias, depredam prédios públicos, queimam ônibus, atiram contra supermercados, bancos ou postos de gasolina. A população fica completamente perdida. Não sabe o que fazer. Não como se defender, muito menos a quem recorrer, alguns choram, outros rezam, outros se trancam em suas casas. Suas casas passam a ser o próprio cárcere. Opa ... até onde eu tinha conhecimento, bandido é que fica encarcerado. Enquanto isso, na Liga da Justiça :D ...
Enquanto isso os governantes estão preocupados com as eleições, de um lado o governo federal representando o PT e do outro o governo de São Paulo representando o PSDB/PFL. Alckmin, que largou o governo pouco antes do 1º PCC Fest, finge que não tem nada a ver e fala como se fosse um candidato a presidência que, caso seja presidente, irá cuidar da segurança pública. Gargamel (Cláudio Lembo - PFL), atual governador, que herdou São Paulo com a saída de Alckmin para a campanha, sempre diz que está tudo sob controle. Durante as ondas de ataque simplesmente diz que não precisa de ajuda federal, que tudo deve acabar em pouco tempo. Diz que não quer exército em São Paulo, que exército não foi treinado para isso.
Bom ... eu discordo do governador. Diria que o exército serve também para enfrentar situações de conflito que fogem ao controle da polícia. Acredito que o exército tem uma capacidade bem maior de impor respeito que as forças policiais disponíveis no estado. Fora que seria alguma coisa para eles fazerem. Deve ser um saco ficar coçando o saco o tempo todo.
Lula, por sua vez, através do Ministro da Justiça mostra-se sempre disposto a oferecer ajuda. Gargamel entende que ele está fazendo jogo político. Entende que seria muito ruim para o estado e para o partido demonstrar fraqueza e pedir ajuda.
A população, como sempre, fica no meio do fogo cruzado. Apesar de não ser o alvo dos criminosos termina por sofrer algumas baixas. Na primeira onda de ataque a população assutada e cada vez mais amedrontada com os boatos, que correm fácil nestas horas, largou o trabalho no meio da tarde e correu para casa, congestionamento. As 19h São Paulo parou. Era um estado fantasma. Todos encarcerados em casa com medo. No dia seguinte os boatos foram sendo desmentidos. A toda hora a população fica ouvindo que os ônibus vão parar, mas como precisam trabalhar seguem suas vidas "normalmente". Em poucos dias não há mais ataques. A polícia apresenta os números e vangloria-se que a balança equilibrou-se, pois no início o número de policiais mortos era bem maior. Outro dia a secretaria de segurança divulgou números acerca da criminalidade. Ficou claro que este ano a idéia não é prender, a idéia é resolver o problema de uma vez. Será que esta é a solução? Será que os policiais têm o direito de julgar quem deve viver ou morrer?
Um tempo depois veio a segunda onda de ataque. Mais uma vez a mesma lenga lenga. Governo federal oferece ajuda e governo de São Paulo diz que está tudo sob controle. O Ministro da Justiça diz que há R$ 100 milhões para investimentos em segurança pública no estado. Mais uma vez se encerram os ataques com poucos dias.
Nesta segunda-feira tivemos início a mais uma onda de ataques, desta vez tá meio devagar, o governador diz que foi pego de surpresa. Depois ele se corrige e diz que estavam esperando por algo no dia dos pais. Pois é, parece que estes ataques vão esquentar no final de semana. Vai pegar fogo, literalmente. Os governantes continuam com suas picuinhas e nada de mais efetivo têm feito. O governo do estado diz que o governo federal promete mandar dinheiro e não manda. O governo federal diz que o governo estadual não vai receber enquanto não apresentar um projeto de onde investirá o bolada.
Este final de semana promete. Os presídios estarão cheios com as visitas. Uns 11000 detentos devem sair para festejar o dia dos pais em casa. Mas para que se preocupar? Isso acaba muito rápido!
quinta-feira, agosto 10, 2006
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